Foi assim...


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Fez há dias um ano da minha bênção das fitas. Foi um dos momentos mais marcantes de sempre.

O traje, que tanto me massacrava o corpo, dava, naquele dia, um tremendo gozo vestir. A minha família derreteu-se quando me viu a envergar o fato negro, a correr em direcção a eles, no meio do mar de gente que está habitualmente na Cidade Universitária. O meu pai olhava para mim com um orgulho imenso. A minha mãe, mais comedida nas suas manifestações de afecto, estava com os olhos marejados e, disfarçando, ajeitava-me o colarinho da camisa ou o nó da gravata. Senti-me a pessoa mais mimada do mundo.

Tinha junto a mim as pessoas que mais importavam naquela altura, as que mais contribuíram para acabar aquela jornada com sucesso. Não me canso de repetir: os meus pais, a minha madrinha, os meus tios e os meus amigos. Sim, aqueles amigos que eram tão recentes mas que pareciam de sempre e para sempre. Tivemos tempo para recordar, para algumas lágrimas e abraços de grupo. Nem conseguia acreditar que algures no tempo, no fim do primeiro ano de curso, havia pensado que não seria possível que me viesse a tornar amiga de quem quer que fosse daquele estreito e quente edifício.
Não estiveram presentes algumas pessoas que eu sempre pensei que seriam imprescindíveis que estivessem. Por certo, só faz falta quem está.

De facto, não há anos como os da faculdade. Quando me diziam que um dia daria tudo para voltar aos anos de escola dizia que não me parecia muito possível vir a acontecer. E como pela boca morre o peixe, aqui estou eu, hoje, ainda não completamente convencida, mas bastante indecisa.
Sei comparar os dois mundos. Trabalhar tem os seus prós, mas também tem alguns contras. (será matéria para vários posts)

As pessoas são o que mais fica desta tão curta e intensa experiência. Nem é tanto o conhecimento que nos tentam transmitir de forma mais ou menos bem sucedida... Prevalece o contacto humano e, isso sim!, é que aquece o coração.

One Response to “Foi assim...”

  1. Sôzinha says:

    Lindo! 5*! Até fiquei com a lágrima no canto do olho! Que saudades desses tempos...
    Mas realmente são as pessoas que ficam dessa experiência. É que já nem o edifício (que continua igual!) é a mesma coisa sem vocês =(