"Sleep in peace when the day is done, that's what I mean"


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Passa por ele. Constata que continua com o mesmo olhar triste. Até quando sorria (e ela achava que ele tinha um sorriso bonito) tinha um olhar triste, fruto de algumas vivências. Não a olhou nos olhos como sempre havia feito. E magoou-a. Magoou-a tanto que nem sabe expicar. Foi o retorno. Ela também o magoou. Tanto que, provavelmente, ele não sabe explicar.

Continua a sonhar com ele. Continua a pensar nele antes de adormecer. Conforta-a pensar no seu abraço, na forma como arqueava as sobrancelhas quando tinha algum objectivo em mente e na forma como inclinava a cabeça quando olhava para ela. Ela ria-se e dizia-lhe que parecia um pintainho perdido. Ele sabia bem como havia de dar a volta ao seu feitio torcido. Conheceu-a como poucos a conhecem. É por isso, e por saberem que se amavam em segredo, que ele se afastou e ela deixou. E ainda o empurrou mais. Negou o seu sentimento e fê-lo sentir que aquilo não estava certo. Os melhores amigos não se podem apaixonar. Ela sabia que não podiam. Tudo não passava de uma consequência do excesso de tempo juntos, das brincadeiras sucessivas e que se tornavam cada dia mais físicas, dos toques, olhares e sorrisos cúmplices. Eram o centro do Universo um do outro.

Um dia, mesmo sabendo o porquê, ela fingiu-se desconhecida das razões e perguntou-lhe porque é que aquilo lhes tinha acontecido a eles, logo a eles. Ele foi vago na resposta. "Um dia conto-te." Ela não queria que fosse um dia... Com a impaciência que a caracteriza, exigiu uma explicação imediata. Errou. Errou novamente. E ele afastou-se... para sempre. Ela sabe que ele seria o que nunca ninguém foi para ela e, agora, não encontra paz de espírito.

One Response to “"Sleep in peace when the day is done, that's what I mean"”

  1. Hummmmm...isto é uma história triste! Agora tens que postar uma história bem feliz!!